toma conta de mim
um dia vou acordar no meio do frio, perdido na noite, sem que ninguém me veja. Nesse dia vou gritar, vou correr e vou tentar alcançar a minha presença mas ela será dispensável. Irei chamar por ti mas há muito que tu não me ouves, a tristeza vai inundar as minhas vias respiratórias e o meu coração baterá a mil à hora, terei medo como tinha em criança quando alguma coisa me assustava à noite... Mas já não vou ter os lençois, muito menos a inocência para me proteger. Restar-me-á assumir a posição fetal e na nudez dos meus erros verei o dia a nascer por entre as mãos que timidamente me tapam o rosto. Levantar-me-ei e estarei sozinho, nesse dia vou ter a paz, calma e irei dizer: Este é o dia mais perfeito da minha vida, este é o dia em que vou morrer.

